
Estimados Companheiros e Companheiras.
Li outro dia um texto interessante sobre o que se chamou de “amizade madura”, sem indicação de autoria, e que procurarei condensar para nossa meditação, nós que temos como metas o companheirismo e o serviço, isto na expressão, maior que é a amizade.
Afirmava o autor que a amizade madura seria bem diferente daquela que imaginava quando era menor, que pensava que a amizade era estar próximo, falar com frequência e dividir as estações, mas que o tempo lhe provou que não era necessariamente assim, mas justamente o oposto.
De fato: esta amizade é livre de cobranças, não tem o peso das operações da vida, e que se mantém presente no contato regular, ou some por anos. Pode ela estar em um reencontro inesperado, “cara, que saudades, casei-me, tive filhos, e você? ”. Ela sabe que há épocas da vida onde você dá, dá, dá, e outras em que você recebe, recebe, recebe, mas no final de contas a balança se alinha.
Porque a amizade madura se estende, no consolo, na risada, na ausência, no abraço, e é uma amizade gostosa e fácil de levar. A amizade madura está no “pô, que sacanagem, por que você fez isso? ”, e também na “desculpa, pisei na bola”.
A amizade madura pode perdoar instantaneamente ou precisar de alguns anos para sarar, ela mora na mensagem, depois de tempos sem falar, “ei, sonhei com você, está tudo bem? ”, e respeita as diferentes fases da vida.
Há amigos e amigas com filhos, amigos e amigas solteiros, amigos e amigas focados na carreira. Mas ela revive recordações cada vez que pessoas se encontram, “lembra aquela vez quando a gente etc.? ” E as risadas rolam soltas e viram lágrimas de riso. Ela se entrelaça na sua história, se mistura com sua essência, pois é o mais livre dos arbítrios.
A amizade madura é uma escolha, é optar manter no coração alguém como que, se não fosse pela empatia, seria apenas mais um estranho desses que a gente vê num cruzamento – uma escolha sem interesses, sem segundas intenções. É uma decisão nossa, íntima. E é isso que faz dela tão forte que nem o tempo, nem a distância, nem as curvas da vida conseguem apagar.
A beleza do movimento rotário é justamente este: termos contato com pessoas a quem podemos dedicar uma amizade madura, livre de interesses menores que não uma sadia convivência, no objetivo comum de se fazer o bem, com companheirismo e um sadio serviço comunitário, sendo certo que quem não fizer amizades em Rotary, não encontrará na vida os momentos de confraternização e realização pessoal que tanto nos enriquecem.

Eduardo Mayr
Rotary Club de Copacabana
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