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SÍNDROME DO PÉ TORTO, CONHECIMENTO E AÇÃO EM UMA JORNADA PELA CURA

Atualizado: 26 de jan.


No dia 22 de janeiro de 2024, o Rotary Club de Copacabana teve a honra de receber os médicos ortopedistas Dra. Mônica Nogueira, Dr. Régis Rodrigues, Dra. Marília G. Corrêa, e Dr. Ricardo de Castro para uma palestra virtual intitulada "SÍNDROME DO PÉ TORTO - CONHECIMENTO E AÇÃO EM UMA JORNADA PELA CURA". A iniciativa foi promovida pela Presidente 2023/2024 Zélia Carvalho, buscando disseminar informações sobre o Método Ponseti de Tratamento e o programa nacional "ERRADICANDO".

 

PARTICIPAÇÃO DA DRA. MÔNICA NOGUEIRA

A Dra. Mônica Nogueira, em sua empolgante fala durante a palestra no Rotary Club de Copacabana, abordou a importância do apoio local no projeto ERRADICANDO, destinado a treinar médicos brasileiros no revolucionário Método Ponseti de Tratamento para a síndrome do pé torto. Destacou que o programa vai além do treinamento, configurando-se como um amplo projeto de clínicas de referência que depende crucialmente do engajamento e apoio local, especialmente de hospitais.

O Método Ponseti permite um tratamento menos invasivo, reduzindo o tempo de imobilização com gessos e evitando cirurgias complexas. O processo de tratamento, antes demorado e complexo, agora é simplificado. Os gessos são trocados semanalmente durante 4 a 7 semanas, substituindo a antiga prática de um ano de gesso seguido por cirurgias em hospitais de referência. A Dra. Mônica detalhou a intervenção, que inclui um pequeno procedimento no tendão de Aquiles, seguido pelo uso de órteses, proporcionando mobilidade controlada e evitando a volta da deformidade.

Destacou a importância de uma intervenção precoce, comparando o cuidado com o pé da criança a um "bolinho saindo do forno", explicando que o uso noturno das órteses até os 4 anos garante a manutenção da posição correta do pé. Enfatizou a transformação significativa na vida das crianças, libertando-as da dependência de apoio governamental.

A Dra. Mônica concluiu sua fala com um desafio aos cariocas, incentivando-os a impulsionar o projeto trazendo profissionais do interior para serem qualificados no Método Ponseti. Propôs a realização de um grande simpósio para celebrar o sucesso do projeto no Estado. Sua apresentação reflete não apenas a expertise médica, mas também o compromisso humanitário e a visão transformadora do ERRADICANDO.

 

PARTICIPAÇÃO DO DR. RÉGIS RODRIGUES

O Dr. Régis abordou a complexidade enfrentada por famílias com filhos portadores da Síndrome do Pé Torto Congênito, ressaltando que o impacto se estende a todos os membros da família, tornando-os, de certa forma, pacientes.

O ortopedista enfatizou a necessidade de apoio dentro das unidades de tratamento, exemplificando práticas como caronas solidárias e o uso de uma "Tela de TV" durante o procedimento de gesso, especialmente útil com crianças maiores. Além disso, ressaltou a importância de disponibilizar materiais como pinças ou alicates para a remoção do gesso, suprindo necessidades que nem todas as famílias podem atender.

Dr. Régis trouxe à tona a realidade enfrentada nos hospitais do SUS, onde a falta de recursos, como algodão e gesso sintético, pode impactar diretamente o tratamento. Destacou que o suporte de material proposto pela iniciativa da Presidente Zélia e demais colaboradores é fundamental para que os médicos possam oferecer serviços com condições ideais.

Um ponto crucial abordado foi a questão das órteses, peças fundamentais no tratamento do pé torto. Dr. Régis salientou a dificuldade de acesso a essas órteses, especialmente em hospitais que não as oferecem. Propôs a criação de um Banco de Órteses no Rio de Janeiro, fora dos hospitais, que forneça essas botinhas a um custo simbólico, facilitando o acesso e contribuindo para a continuidade eficaz do tratamento.

O ortopedista, que foi beneficiado pelo Projeto ERRADICANDO, testemunhou a transformação que essa iniciativa trouxe à sua carreira em relação ao tratamento do Pé Torto Congênito. Encerrou seu discurso expressando gratidão pelo convite e pela oportunidade de contribuir para um projeto que, além de formar médicos, busca soluções práticas para as necessidades das famílias e pacientes envolvidos.

 

PARTICIPAÇÃO DA DRA. MARÍLIA G. CORRÊA

A Dra. Marília G. Corrêa, profissional com 30 anos de atuação no Hospital Jesus, compartilhou sua experiência com a implementação do Método Ponseti de Tratamento para o pé torto. Expressando uma sensação de renovação, ela descreveu como o treinamento nesse método a fez sentir como se estivesse iniciando sua residência médica novamente, ressaltando a importância desse processo na atualização e aprimoramento de conhecimentos.

No contexto do Hospital Jesus, a Dra. Marília mencionou um aumento significativo na oferta de tratamento para o pé torto, abrindo em média 4 a 5 novas vagas por semana. Destacou a capacidade da instituição de iniciar o tratamento diretamente da maternidade, intervindo desde o nascimento das crianças, evitando que fiquem sem acompanhamento. Com uma equipe de pelo menos 5 ortopedistas pediátricos, o hospital realiza intervenções cirúrgicas e tratamentos, sendo que, em alguns casos, a cirurgia torna-se desnecessária devido à eficácia do Método Ponseti.

A Dra. Marília ressaltou a importância crucial de aplicar corretamente a técnica, resultado do treinamento recebido. Salientou que essa aplicação adequada impacta diretamente na qualidade do tratamento oferecido e, por conseguinte, nos benefícios proporcionados às crianças. Seu testemunho destaca não apenas a eficácia clínica do Método Ponseti, mas também o impacto positivo que a correta aplicação da técnica pode ter na vida das crianças tratadas no Hospital Jesus.

 

PARTICIPAÇÃO DA DRA. TATIANA GUERSCHMAN

Presente na reunião para prestigiara palestra dos colegas, a Dra. Tatiana Guerschman, médica ortopedista, destacou a complexidade do uso diferenciado de gessos em procedimentos ortopédicos, esclarecendo nuances muitas vezes desconhecidas por quem não está envolvido diretamente na área. A médica enfatizou que, embora o termo "gesso" seja genérico, existem variações fundamentais, especialmente no Método Ponseti de Tratamento.

Ela explicou que, em bebês que ainda não andam, é utilizado o gesso branco, conhecido por sua maleabilidade. No entanto, em crianças maiores, que podem ficar no chão e correr riscos de quebrar o gesso, o procedimento envolve o uso do gesso branco também usado em bebês, seguido por uma camada de gesso sintético, feito de fibra de vidro, que oferece resistência ao tratamento.

A Dra. Tatiana ressaltou a importância do gesso sintético, mesmo sendo mais caro e importado, por sua durabilidade e proteção eficaz. Destacou a dificuldade de obtenção desses materiais, muitas vezes impedindo o tratamento em crianças maiores, especialmente aquelas com pés mais rígidos.

Além disso, a médica mencionou a colaboração de alguns clubes que contribuíram fornecendo gessos sintéticos coloridos, uma prática que não apenas ajuda no tratamento, mas também motiva as crianças a participarem ativamente. A Dra. Tatiana abordou a questão do descarte, explicando que o gesso é de uso único e precisa ser removido com uma serra, processo que pode ser desconfortável e irritante para as crianças. Nesse contexto, ressaltou a importância da tela de TV como uma ferramenta de distração e entretenimento durante a remoção do gesso sintético, proporcionando uma experiência mais suave para os pacientes.

 

PARTICIPAÇÃO DO DR. RICARDO DE CASTRO


O Dr. Ricardo relatou sua experiência prévia e como o treinamento do programa ERRADICANDO. Residente em São Carlos, no interior de São Paulo, o médico admitiu que, antes do treinamento, acreditava estar oferecendo o tratamento adequado, apenas para descobrir que estava realizando um pseudo-tratamento.

O médico enfatizou o impacto transformador do treinamento em sua abordagem, reconhecendo que sua experiência anterior não era totalmente eficaz. Destacou a cidade de Ibaté, com 35.000 habitantes, como uma grande apoiadora do projeto, fornecendo recursos como gesso sintético de secagem rápida. Além disso, agradeceu ao Rotary Club de São Carlos pelo apoio contínuo, incluindo a recente doação de cadeiras de rodas e uma Tela de TV para entretenimento durante os procedimentos médicos, melhorando a experiência das crianças.

O Dr. Ricardo expressou sua colaboração e comunicação com Zélia, do Rio de Janeiro, reconhecendo nela uma fonte de entusiasmo que o convenceu do sucesso potencial do projeto. Sua confiança na iniciativa era evidente, destacando sua crença no êxito do programa e marcando no "mapinha" do Rio de Janeiro como um local praticamente certo para o funcionamento eficaz da proposta. O discurso reflete não apenas a transformação na prática clínica do Dr. Ricardo, mas também a importância do apoio comunitário e da colaboração entre diferentes regiões para o sucesso do PROGRAMA ERRADICANDO.

Durante sua participação, o Dr. Ricardo de Castro não apenas compartilhou sua experiência transformadora após o treinamento do programa ERRADICANDO, mas também destacou a criação da Associação Amigos do Pezinho como um marco crucial no avanço do tratamento do Pé Torto Congênito. Esse projeto ambicioso visa estabelecer um banco de órteses (botinhas) para crianças que passam pelo Método Ponseti de Tratamento.


Falou da participação do Rotary Club, que se comprometeu com uma doação significativa de 120.000 dólares, enquanto a Mercedes contribuiu com 10.000 dólares, demonstrando um apoio financeiro robusto e vital para o sucesso do projeto. Ressaltou a importância da transparência no processo de licitação para a compra das órteses, assegurando a qualidade dos materiais utilizados no tratamento.

Para demonstrar o alcance nacional dessa iniciativa, o Dr. Ricardo apresentou mapa do Brasil, destacando os estados que possuem bancos de órteses marcados com uma estrela. Isso não apenas proporciona visibilidade ao sucesso do programa, mas também incentiva a formação de novos bancos em áreas que ainda não foram contempladas.


O discurso concluiu com a expressão do número impactante de crianças atendidas: 1200 crianças recebendo tratamento e 2000 sendo beneficiadas pelo programa. Esses números refletem não apenas a eficácia do Método Ponseti, mas também o compromisso coletivo de transformar vidas e oferecer um futuro mais promissor para as crianças afetadas pelo Pé Torto Congênito. O envolvimento do Dr. Ricardo de Castro nesse processo evidencia não apenas uma mudança em sua prática clínica, mas também um comprometimento apaixonado com a causa.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A palestra evidenciou a eficácia do Método Ponseti na transformação de vidas, proporcionando um tratamento menos invasivo e mais acessível. Inspirou a ação, destacando a importância da colaboração comunitária, do apoio local e da conscientização para transformar efetivamente a jornada de cura da Síndrome do Pé Torto. O compromisso demonstrado pelos profissionais e a participação ativa de organizações como o Rotary Club e a Mercedes evidenciam um impulso poderoso em direção a um futuro onde mais crianças possam receber tratamento eficaz, abrindo caminho para uma vida plena e saudável.


O Rotary Club de Copacabana expressa profunda gratidão aos renomados médicos ortopedistas Dra. Mônica Nogueira, Dr. Régis Rodrigues, Dra. Marília G. Corrêa e Dr. Ricardo de Castro pela participação e contribuições inestimáveis durante a palestra virtual "SÍNDROME DO PÉ TORTO - CONHECIMENTO E AÇÃO EM UMA JORNADA PELA CURA". Agradecemos por dedicarem seu tempo e expertise, fornecendo insights valiosos que certamente inspirarão ações em prol da erradicação dessa síndrome. A parceria entre o Rotary Club de Copacabana e os palestrantes reforça nosso compromisso com a saúde e o bem-estar, destacando a importância da colaboração para criar um impacto positivo na vida daqueles que enfrentam desafios médicos. O Rotary Club de Copacabana sente-se honrado por ter recebido esses notáveis profissionais, cujo comprometimento com a causa é um farol de esperança na jornada pela cura da Síndrome do Pé Torto.


Gostaria de assistir a reunião na íntegra? Visite nosso canal no YOUTUBE - CLIQUE AQUI!



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