Estimados Companheiros e Companheiras,
Iniciamos um ano novo!
2023 é a segunda parte do mandato presidencial, e muito há que ser feito. Mas uma indagação clama por resposta: Indaga-se porque alguns países são extraordinariamente desenvolvidos e outros são extremamente pobres, com poucas perspectivas. Porque uma diferença tão grande, comparando-se países ricos com países pobres? Porque países que existem ou que surgiram na mesma época mostram-se tão diferentes, uns com grandes riquezas e alto padrão de vida, e outros, tão carentes?
Seria a idade dos países? Se considerarmos a idade de cada país, veremos que os mais desenvolvidos não são necessariamente os mais antigos. A Índia e o Egito, eles têm mais de 2000 anos. Mas são pobres. Canadá, Nova Zelândia, Austrália, com 150 anos, são desenvolvidos e ricos.
Se não é a idade do país, será o seu tamanho geográfico? Ora, o Japão é um país muito pequeno, montanhoso, inadequado para a pecuária e a agricultura. Mas tem uma das economias mais fortes do mundo. É uma imensa fábrica que importa matéria prima e exporta produtos manufaturados de alta qualidade. Perdeu uma guerra, foi completamente arrasado, sofreu o impacto de duas bombas atômicas que dizimou milhares de seus habitantes. A Suíça não planta cacau, mas tem o melhor chocolate do mundo, fabrica os melhores relógios, é um país seguríssimo, cofre forte de todos os países e de grandes fortunas. Em seu pequeno território, sem agricultura e pecuária relevantes, com apenas quatro meses por ano de temperatura adequada, fabrica laticínios da melhor qualidade, como a Holanda, que conquistou a maior parte de seu território ao mar. São ambos uma imagem de segurança, ordem e trabalho.
Seriam então seus executivos? Certamente não. Não há diferenças significativas entre os de países pobres e países ricos. Quanto à raça e cor de pele, também não há diferenças relevantes. Imigrantes considerados preguiçosos em seus países pobres são força produtiva em países europeus. A potência dos EUA deve-se em grande parte a seus imigrantes e descendentes.
Então, como se explica a diferença de riqueza e padrão de vida entre os países? Arrisco-me a afirmar que a resposta é uma só. Esta diferença chama-se ATITUDE. É a vontade de superação dos povos, de cada um dos seus habitantes, determinada ao longo dos anos pela cultura, pela educação, e pelo exemplo. Constata-se nos países mais ricos, felizes e seguros, que a grande maioria do seu povo segue os princípios mais básicos de vida civilizada, quais sejam: a ÉTICA. A INTEGRIDADE. A RESPONSABILIDADE. O RESPEITO ÀS LEIS E REGULAMENTOS. O RESPEITO AO DIREITO DO SEU PRÓXIMO. Daí: O AMOR AO TRABALHO. O BRIO. O ORGULHO DO QUE FAZ. O DESEJO DE SUPERAÇÃO. A PONTUALIDADE. O INTERESSE. A BOA VONTADE.
É a aplicação destas indagações que caracterizam o nosso Rotary, com a resposta afirmativa para nosso questionamento: É A VERDADE? É JUSTO PARA TODOS OS INTERESSADOS? CRIARÁ BOA VONTADE E MELHORES AMIZADES? É BENÉFICO PARA TODOS OS INTERESSADOS?
O que importa, ressalto, é a necessidade de termos ATITUDE. E é por isto que o Rotary é tão importante. Pois é através do Rotary que conseguimos ultrapassar a filosofia do “gosto de levar vantagem em tudo, certo?”, revogarmos o deletério “deixar pra lá”, o “isto não vai dar em nada”, alijarmos os “Macunaímas” e protestarmos, reclamarmos, darmos importância a valores, através do nosso exemplo, nossa seriedade e nossa ATITUDE. É através do Rotary que conseguimos retornar aos ideais próprios possibilitando a evolução pessoal, cultural e profissional do nosso próximo, na conquista de metas pelo valor e pelo esforço pessoal, lutando contra o que se apresenta mais fácil, o apadrinhamento político, a “cola” nas provas, o anseio de um confortável e seguro emprego público servil com aposentadoria garantida. Temos mulatas lindas, novelas fabulosas, jogadores nem tanto, salvo Pelé, mas nunca ganhamos um prêmio Nobel, rareando quem se destacasse em pesquisas ou invenções, ou nas conquistas em prol da paz, do meio ambiente ou da fraternidade humana. Precisamos conscientizar o nosso povo que é necessário viver e lutar: “Não chores, meu filho, não chores que a vida é luta renhida, viver é lutar; A vida é combate, que o fraco abate, o forte, o bravo, só pode exaltar”, como afirmava o poeta Gonçalves Dias.
Isto é possível? Certamente. Lembro Oscar Wilde, que questionava: “Penso nas coisas como são e me pergunto: Por quê? Penso nas coisas como sonho e me pergunto: Porque não?”.
E é por isto que deveremos repensar Rotary. Pois Rotary é uma filosofia de vida. Somos do tamanho de nossos sonhos! Cada um de nós deverá ser uma rocha viva, uma ponte, uma luz dentro de sua comunidade, trazendo ideias novas, discutindo ética, justiça, democracia – na procura de eficiência, honestidade, transparência, integração e participação na sociedade.
Rotary é uma organização ímpar e de destaque, certamente uma das melhores do mundo. Nosso movimento existe há um século, e continua pujante, iluminado, impregnando milhares de mentes com a chama viva do serviço e do companheirismo. É talvez a mais eficaz reação do homem moderno contra o avassalador materialismo que infelizmente se observa em tantos setores da vida, materialismo este fruto de causas errôneas, teorias nefastas, ideais sem princípios, riqueza sem trabalho, convivência sem moralidade, culto sem sacrifício e ciência sem humanidade. O Rotary cria amizades e propicia ventura através do serviço ao próximo. Precisamos ser bons. E fazermos o bem. Rotary é companheirismo, é amizade em ação, através do serviço ao próximo, à coletividade, e assim não é de admirar que se tenha mantido vívido no tempo e florescente na hora presente.
Rotary somos nós e cada um de nós, e ao ingressarmos neste movimento que consagra uma filosofia de vida, assumimos uma nova postura. Basta que se leiam os ideais rotários para se intuir a sua grandeza, esta ponte sólida de aproximação entre as pessoas, consolidada no serviço e no companheirismo. Estes pensamentos precisam ser irradiados!
Vamos ousar, malgrado o mundo tenha, cultive ou cultue outros valores. Lembremos o ensinamento de Sêneca: “Não é porque as coisas são difíceis que nós não ousamos. É porque não ousamos que as coisas se tornam difíceis.”
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