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UMA BELA AULA DE DIREITO E DE CIDADANIA

Foto do escritor: Eduardo MayrEduardo Mayr

Atualizado: 28 de jan. de 2023

Contaram-me...

“Uma manhã, quando nosso novo professor de "Introdução à Ciência do Direito" entrou na sala, a primeira coisa que fez foi perguntar o nome a um aluno que estava sentado na primeira fila:

- Como te chamas?

- Chamo-me Juan, senhor.

- Saia de minha aula e não quero que voltes nunca mais! - Gritou o desagradável professor.

Juan estava desconcertado. Quando voltou a si, levantou-se rapidamente, recolheu suas coisas e saiu da sala. Todos estávamos assustados e indignados, porém ninguém falou nada.

- Agora sim! - E continuou o professor. - Para que servem as leis? ...


Seguíamos assustados, porém pouco a pouco começamos a responder à sua pergunta:

- Para que haja uma ordem em nossa sociedade.

- Não! - Respondia o professor.

- Para cumpri-las.

- Não!

- Para que as pessoas erradas paguem por seus atos.

- Não! Será que ninguém sabe responder a esta pergunta?

- Para que haja justiça - falou timidamente uma garota.

- Até que enfim! É isso... para que haja justiça. E agora, para que serve a justiça?


Todos começávamos a ficar incomodados pela atitude tão grosseira. Porém, seguíamos respondendo:

- Para salvaguardar os direitos humanos...

- Bem, que mais? ” - Perguntava o professor

- Para diferençar o certo do errado...

- Para premiar a quem faz o bem...

- Certo, não está mal, porém... - respondam a esta pergunta:

- Agi corretamente ao expulsar Juan da sala de aula? ...


Todos ficamos calados, ninguém respondia.

- Quero uma resposta decidida e unânime!

- Não! - Respondemos todos a uma só voz.

- Poderia se dizer que cometi uma injustiça?

- Sim!

- E por que ninguém fez nada a respeito? Para que queremos leis e regras se não dispomos da vontade necessária para pratica-las? Cada um de vocês tem a obrigação de reclamar quando presenciar uma injustiça. Todos. Não voltem a ficar calados, nunca mais! Vá buscar o Juan”. Disse, olhando-me fixamente.


Naquele dia, recebi a lição mais prática no meu curso de Direito. Quando não defendemos nossos direitos, perdemos a dignidade, e a dignidade não se negocia.”


O Rotary nos ensina isto. Nossa dignidade em primeiro lugar. Companheirismo. Serviço. Mas não devemos esquecer de aplicar nossa regra quádrupla no que fazemos e acontecemos Só assim justificaremos nossa existência como clube de serviço.



Texto - Eduardo Mayr

Associado Honorário do Rotary Club de Copacabana

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